Paralisação e manifestações prejudicam serviços e o trânsito na região
Manifestações marcaram a manhã desta sexta-feira (28) em várias cidades da região Centro-Oeste Paulista. Em Bauru (SP), aproximadamente 10 mil pessoas protestaram pelo centro da cidade, segundo as centrais sindicais. Os atos integram a paralisação geral, que ocorre em outras regiões do Brasil contra as reformas trabalhistas, previdenciárias e de terceirização propostas pelo Governo.
Representantes das centrais sindicais em Marília interditaram a Rodovia do Contorno. Eles atearam fogo em pneus e fecharam os dois lados da rodovia por aproximadamente duas horas. O grupo se concentrou na Avenida Nove Julho, cruzamento com a Tancredo Neves por volta das 9h30 e depois saíram em caminhada pela Avenida Sampaio Vidal até a prefeitura. Segundo os organizadores, mais de mil pessoas participam do ato. A PM fala em 200.
O transporte coletivo na cidade foi parcialmente afetado, porque a saída de veículos no terminal foi bloqueada pelos manifestantes. Mas, apenas três veículos estavam no terminal e o restante já estava circulando. Esses ônibus foram liberados por volta das 10h20 e o transporte funciona normalmente em Marília.
Os estudantes das escolas estaduais também foram afetados em Marília. Das 45 escolas estaduais 30 aderiram à paralisação, segundo Apeoesp. Ainda de acordo com o sindicato, algumas escolas estão paralisadas totalmente e em outras a adesão é parcial.
Na Escola Estadual Carlota Negreiros, o portão foi aberto por funcionários do setor administrativo, mas não há movimentação de alunos e nem professores no local. Segundo a Apeoesp essa é uma das escolas que teve aulas suspensas. A orientação é que os pais liguem nas escolas para se informar se haverá aulas ou não.
A Secretaria Estadual de Educação informou, em nota, que orientou todas as escolas que mantivessem as aulas normalmente nesta sexta-feira. Disse ainda que conversou com as diretorias de ensino para que, em caso de necessidade, chamassem os professores substitutos.
Bauru
Aproximadamente 10 mil pessoas, segundo as centrais sindicais, protestaram na manhã desta sexta-feira (28) no centro de Bauru (SP). Manifestantes de várias centrais sindicais e movimentos populares se reuniram em frente à Câmara Municipal por volta das 9 horas. A Polícia Militar fala em 4 mil pessoas participaram do ato, que foi convocado pelas centrais sindicais.
Eles saíram em passeata pela Avenida Rodrigues Alves até a Nações Unidas e no meio do caminho se encontraram com outros manifestantes que haviam bloqueado a Rodovia Marechal Rondon por 10 minutos por volta das 8 horas e após liberarem a pista saíram em passeata pela Avenida Nações Unidas. O grupo seguiu pela Rodrigues Alves, que é uma das principais do centro de Bauru e ficou com o trânsito bloqueado por conta do protesto, mas foi liberado após a passeata seguir pela Rua Ezequiel Ramos e pela Avenida Nações Unidas.
Por causa o trânsito nas vias do centro de Bauru ficou lento e alguns comerciantes da Avenida Rodrigues Alves fecharam o estabelecimento durante a manhã. A decisão foi de cada lojista, já que não havia nenhuma orientação do sindicato que representa os comerciários e nem da polícia para que as lojas ficassem fechadas.
Após a passeata pelas ruas do centro, os manifestantes se concentraram em frente ao Teatro Municipal e decidiram voltar para a Câmara Municipal, onde o ato terminou por volta das 13 horas.
A Polícia Militar acompanhou o ato e sinalizou o trânsito. Em nota, o comando da Polícia Militar informou “estar presente com todo seu efetivo disponível para garantir que as pessoas que queiram exercer seu direito à manifestação de modo ordeiro e pacífico, o façam sem transtornos. Estaremos presentes e atentos aos desvios de conduta que possam atentar contra o exercício desse direito. No mais, contamos com o bom senso e a responsabilidade das entidades que estiverem a frente das manifestações para que contribuam com a proteção das pessoas e do patrimônio.”
Os motoristas do transporte coletivo de Bauru (SP) decidiram em assembleia realizada no início da manhã desta sexta-feira (28) não sair com os veículos no horário normal, por volta das 6h. Cerca de 100 mil pessoas dependem do transporte coletivo todos os dias na cidade. Somente as vans que atendem as pessoas com necessidades especiais saíram da garagem nesta manhã.
A categoria aderiu à paralisação geral convocada pelas lideranças sindicais. O ato integra a paralisação geral, que ocorre em outras regiões do Brasil contra as reformas trabalhistas, previdenciárias e de terceirização propostas pelo Governo. São realizados atos na cidade e também em outras cidades da região. (VEJA AS FOTOS).
Um grupo de manifestantes de vários sindicatos, entre eles a Central Única de Trabalhadores e Força Sindical, se concentrou em frente à garagem no Jardim Nicéia, na vicinal da Rodovia Marechal Rondon, por volta das 4h30, com faixas, bandeiras e carro de som. A Polícia Militar acompanhou a movimentação no local e não foi registrado nenhum tipo de ocorrência.
Bauru conta com 113 linhas e a frota total é de 234 ônibus, mais quatro para atendimentos a pessoas com necessidades especiais. São transportados 100 mil passageiros por dia. Um dos principais corredores de ônibus da cidade, a Avenida Rodrigues Alves, amanheceu vazia. Não há previsão para o retorno do serviço nesta sexta-feira (28).
Além do transporte coletivo, algumas agências bancárias também estão paradas em Bauru. Segundo o Sindicato dos Bancários são 16 agências ao todo e seriam da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil.
Escolas
Em Bauru, pelo menos 26 escolas estaduais informaram que aderiram à paralisação nacional, segundo a Apeoesp, sindicato que representa os professores da rede estadual. Em uma das escolas, a Escola Estadual Torquato Minhoto, os portões estavam fechados nesta manhã e não havia nenhum aviso na porta, mas também não tinha movimentação de estudantes, pais e funcionários. Entre as municipais não há uma estimativa de adesão.
Jaú
Em Jaú, manifestantes se concentraram na Praça da Rodoviária e os ônibus que deveriam sair da cidade para Bauru às 6 horas não conseguiu deixar o terminal. Alguns ônibus não conseguiram entrar no terminal. Os manifestantes negociaram a Polícia Militar e foram autorizados a entrar nos ônibus do transporte coletivo para panfletar e conversar com os moradores sobre os motivos da paralisação.
A circulação de ônibus ficou mais lenta, mas o serviço foi prestado durante toda manhã e já está normalizado. Entre os manifestantes, estavam professores, estudantes e funcionários da saúde. Após o ato na praça, eles saíram em passeata pelas ruas do centro de Jaú. Segundo a PM e os organizadores, aproximadamente 200 pessoas participaram do protesto.
Botucatu
Em Botucatu, sindicalistas trancaram a saída dos ônibus do transporte coletivo durante o início desta sexta-feira. Os manifestantes se posicionaram em frente aos portões das duas empresas que operam o serviço na cidade. Os portões foram liberados por volta das 8h30 e o serviço, aos poucos, foi normalizado.
Das 14 escolas estaduais, todas estão com professores parcialmente ou totalmente paradas. As escolas municipais e as agências bancárias não paralisaram as atividades.
Outras cidades
Foram realizados protestos também em Ourinhos e Assis. Em Ourinhos, os manifestantes saíram da Praça Melo Peixoto em Ourinhos e percorreram as ruas do centro da cidade. Segundo a organização foram 1500 manifestantes. Já a PM, que acompanhou o ato, estimou 300. Também na cidade, a agência do Banco do Brasil do centro está fechada. Segundo a Apeoesp, algumas escolas aderiram à paralisação.
Os manifestantes ainda seguiram até o escritório do deputado federal Capitão Augusto, que votou a favor da reforma. A assessoria de imprensa informou que ele votou a favor porque é necessário uma modernização das relações de trabalho no Brasil e que a medida vai gerar emprego. Também disse que o deputado é contra a reforma da previdência.
Já em Assis, os manifestantes se concentraram na Praça da Catedral na Avenida Rui Barbosa e saíram em passeata pelas ruas da área central. Os organizadores estimaram que 300 pessoas participaram do ato, já a PM falou em 600 manifestantes. Fonte G1