PM afasta oficiais após denúncia de que esposas teriam tomado vacina contra Covid em Assis

Dois oficiais do 32º Batalhão da Polícia Militar em Assis (SP) foram afastados de suas funções depois que uma sindicância foi aberta para investigar a denúncia de que esposas de policiais da cidade teriam recebido a vacina contra a Covid-19.

Segundo a denúncia, as mulheres teriam recebido a dose durante a imunização realizada no batalhão para os profissionais de segurança, no início do mês. No entanto, elas ainda não teriam direito de receber a vacina nessa fase da campanha.

O Comando de Policiamento do Interior da região de Presidente Prudente (SP) abriu a sindicância na última quarta-feira (14) e, por meio de nota, informou que “recebeu com perplexidade a informação de que familiares de policiais teriam recebido doses da chamada ‘xepa’ (algumas doses restantes de três frascos já abertos ao final das atividades de vacinação), contrariando determinações”.

A nota ressalta ainda que a instituição não compactua com desvios de comportamento e que o caso está sendo rigorosamente apurado. Os policiais envolvidos foram afastados na quinta-feira (15).

De acordo com a PM, a operação de vacinação dos profissionais de segurança pública exigiu minucioso planejamento e primorosa execução para imunizar mais de 140 mil agentes em 83 postos de vacinação nos quartéis em 10 dias.

O comando disse que seguiu as recomendações do Programa Nacional de Imunizações e do Plano Estadual de Imunização para a vacinação, assim como os protocolos técnicos de ambas as instâncias.

O Ministério Público também instaurou um procedimento preparatório de inquérito civil para apurar possíveis irregularidades na vacinação ocorrida no 32º Batalhão da PM em Assis. O MP quer saber se existe algum indício de irregularidade para, em seguida, abrir um inquérito civil.

À TV TEM, a Secretaria de Saúde de Assis informou que a organização da imunização da segurança pública não foi de responsabilidade do município.

Disse ainda que foi solicitado auxílio na aplicação das doses no Batalhão porque não havia profissionais treinados, mas que todo direcionamento, organização, pré-cadastro e registro das doses era de responsabilidade da polícia e da penitenciária.

Investigação do Ministério Público

Também em Assis, o Ministério Público investiga dezenas de denúncias de que mais pessoas teriam furado a fila de vacinação. Segundo o MP, as denúncias envolvem cerca de 70 pessoas que teriam burlado o sistema para conseguir a vacina de forma irregular.

A discussão veio à tona depois que a Prefeitura de Assis divulgou a lista dos moradores que tomaram a vacina contra o coronavírus na cidade, em cumprimento a uma lei municipal aprovada em fevereiro pela Câmara de Vereadores.

De acordo com o Ministério Público, o órgão recebeu três denúncias, envolvendo cerca de 20 pessoas, antes da publicação da lista, e outras três denúncias, envolvendo cerca de 70 pessoas, depois da divulgação da relação de vacinados.

“As denúncias serão investigadas pelo Ministério Público, que, inicialmente, solicitará informações complementares à Secretaria Municipal da Saúde para esclarecer qual o critério utilizado para a aplicação do imunizante”, explicou o MP em nota.

MP apura denúncias de irregularidades após divulgação de vacinados contra Covid em Assis
MP apura denúncias de irregularidades após divulgação de vacinados contra Covid em Assis

Ainda de acordo com o órgão, os nomes dos investigados não serão divulgados porque, em alguns casos, as denúncias podem estar “desacompanhadas de qualquer fundamento jurídico ou fático”. Por isso, o MP pediu informações à Secretaria da Saúde para possibilitar a análise do deferimento ou não.

Conforme o MP, as denúncias envolvem vários tipos de profissionais, mas todas as análises estão sendo feitas de acordo com o documento técnico que elegeu quais são os grupos prioritários para a vacinação. Fonte G1