Podia fazer algo pior’, diz delegado sobre homem que raptou filho
A polícia acredita que o homem que raptou o filho e tentou negociar que a ex-mulher tirasse as queixas contra ele na polícia tinha intenções de matar o menino de 5 anos. Depois de negociar por mais de quatro horas com o suspeito, que estava armado com uma faca em uma pousada de Santa Cruz do Rio Pardo (SP), o menino foi liberado e o pai preso, nesta segunda-feira (10).
No carro, a polícia encontrou uma corda, um saco preto, luva cirúrgica e uma pá. Além de uma arma que estava escondida dentro do carro. Segundo a polícia, os materiais indicam que o pai tinha intenção de matar o filho. “Para a nossa surpresa, a criança comentou por mais de uma vez com os policiais que havia uma arma. Então os policiais fizeram uma vistoria bem minuciosa no carro dele que já estava na delegacia, no console, parte estrutural do carro, e encontramos um revólver municiado de calibre 38, que certamente ele iria usar para fugir após cometer algo mais grave”, acredita o delegado Renato Mardegam.
O pai raptou a criança enquanto ela descia de um ônibus na frente da escola, em Campos Novos Paulista (SP), na manhã desta segunda-feira. Ele está separado da mãe do menor, que já tem uma medida protetiva dela e do filho contra o suspeito. Depois de raptar a criança, o homem enviou mensagens à mãe com ameaças e exigiu que ela retirasse as queixas na polícia contra ele. “Ele queria que eu retirasse todas as queixas contra ele que ele já tinha por ameaça. Se eu não retirasse essas queixas ele poderia matar o meu filho ou eu trocasse de lugar com meu filho, que foi o que ele pediu”, conta a mãe do menino, Claudia Regina Soares.
No trabalho de negociação, vários profissionais estavam envolvidos. “Ele [pai] não queria saber de polícia, então nós preparamos uma logística com apoio de policiais, da promotora da cidade. Nós tínhamos uma situação sem previsão de desfecho, podia acontecer o pior e não foi isso o que aconteceu. É uma situação que traz uma tensão muito grande. O que chama mais atenção em uma ocorrência dessa é que a Polícia Civil tem que privar pela vida do refém, do sequestrador e dos policiais. Precisa ter o controle emocional necessário para negociar e trabalhar com todas as hipóteses”, explica o delegado.
O homem foi levado para a delegacia, prestou depoimento passou por exames e foi encaminhado para a cadeia de São Pedro do Turvo. Agora depois do susto, a mãe se diz aliviada com o desfecho. “Recomeçar minha vida e do meu filho. Acho que agora a justiça vai ser feita. Eu peço perdão pra mãe dele que neste momento pode estar me odiando. Eu peço perdão pra família dele, pras pessoas que gostam dele, mas ele fez coisa errada e tem que pagar por isso”, desabafa Claudia.
Entenda o caso
A criança foi levada pelo pai na manhã de segunda-feira (10) quando descia do ônibus na frente da escola, em Campos Novos Paulista (SP). O pai está separado da mãe do menor, que já tem uma medida protetiva dela e do filho contra o suspeito.
Depois de raptar a criança, o homem enviou mensagens à mãe com ameaças e exigiu que a ex-mulher retirasse as queixas na polícia contra ele, do contrário, afirmou que levaria o menino ao Paraná.
A mulher mora em São Pedro do Turvo e Trabalha em Marília, enquanto os avós são de Campos Novos Paulista, onde a criança estuda. Além da Polícia Civil, uma promotora da Vara da Infância e Juventude e uma conselheira tutelar participaram da negociação. Após quatro horas de negociação com a Polícia Civil, a criança foi liberada e o pai preso. Segundo a polícia, apesar do homem estar armado com uma faca, o menino não tinha ferimentos. Fonte G1