Polícia Civil abre inquérito para investigar mortes de ex-judoca e sargento da PM: ‘Não está claro o que aconteceu’
A Polícia Civil abriu um inquérito e também vai investigar as mortes dos policiais militares Mario Sabino Júnior, que era ex-judoca olímpico, e Agnaldo Rodrigues em Bauru (SP). Os corpos dos dois foram encontrados na noite de sexta-feira (25) em uma rua do Jardim Nicéia.
A Polícia Militar havia informado que o caso seria apurado pela Justiça Militar. Informou ainda que a Polícia Civil ficaria responsável apenas pelos laudos da perícia feita no local do crime. No entanto, a Polícia Civil informou nesta terça-feira (29) que também abriu um inquérito para investigar o caso.
A suspeita é de que o sargento tenha matado o ex-judoca com um tiro na nuca após ver a esposa, que também é policial militar, no carro com Sabino. As circunstâncias da morte do sargento ainda são investigadas.
A mulher do sargento, a cabo da PM Aguida Barbosa, estava no local do crime, segundo a Polícia Militar. A PM informou que a cabo e viúva do sargento já foi ouvida.
De acordo com o registro da PM, uma equipe que fazia patrulhamento na região encontrou três carros na rua, um deles parado no meio da via, o que chamou atenção.
Ao se aproximar, os policiais viram Aguida, com trajes civis, bastante nervosa e acionando o Samu pelo celular. O corpo de Aguinaldo foi encontrado próximo ao carro e 15 metros à frente estava o corpo de Sabino.
Corpo de ex-judoca Mário Sabino é enterrado em Bauru — Foto: Romeu Neto/TV TEM
O diretor do Deinter, Marcos Mourão, entende que o envolvimento da cabo e o fato dos policiais não estarem trabalhando no momento do crime indicam que a competência para investigar esse caso é da Polícia Civil.
“É nossa obrigação investigar isso, porque não está nítido, não está claro o que aconteceu. É um caso grave que tem que ter um tratamento preferencial da investigação”, diz o delegado.
“Nós vamos instaurar o inquérito e logicamente vamos concluir e relatar à Justiça. E se tivermos dificuldade no recolhimento de provas, nós vamos solicitar a intervenção da Justiça. E a Justiça pode entender que não é nossa competência e sim da Polícia Militar, mas, caso contrário, nós vamos até o fim na investigação, com a única intenção de esclarecer o que aconteceu”, completa.
Ainda segundo o diretor do Deinter, o inquérito será instaurado na tarde desta terça-feira e deve ser concluído no prazo de 30 dias. Os laudos da perícia feita no local do crime e do IML serão anexados ao inquérito.
PM investiga caso que terminou na morte do ex-judoca Mário Sabino e de sargento em Bauru
Sabino foi enterrado no cemitério do Jardim Redentor no sábado (26) com a presença de centenas de pessoas.
Familiares ficaram chocados com o crime e uma prima do ex-judoca conversou com a reportagem da TV TEM, em que disse que ele era como um herói para família. Sabino era policial militar desde 1999. Ele deixa esposa e quatro filhos.
O sargento Agnaldo foi velado e enterrado em Pirajuí também no sábado. A ocorrência da PM não explica como ele morreu. O sargento trabalhava há 30 anos na Polícia Militar e era casado há 29 anos com a cabo Aguida, que está na PM desde 1998. Os dois têm um filho de 22 anos.
Agnaldo Rodrigues foi achado morto ao lado do corpo de Mario Sabino — Foto: Reprodução/Facebook