Polícia investiga morte de bebê 16 dias após o parto em Bauru
A Polícia Civil investiga se a morte de um bebê na Maternidade Santa Isabel, em Bauru (SP), foi provocada por negligência médica. Um boletim de ocorrência de homicídio culposo foi registrado pela família após a morte da menina no dia 7 de setembro, 16 dias após o parto, que foi realizado no dia 23 de agosto. A direção do hospital disse que a equipe realizou todos os procedimentos previstos, mas que vai apurar se houve falhas.
Segundo a mãe do bebê, a dona de casa Patrícia Fernandes Leite, a gravidez foi tranquila e saudável. “Eu fiquei tranquila, normal, toda a gestação sem perder líquido, placenta boa, colo do útero fechadinho, tranquilo”, conta.
“O colo do meu útero que eles queriam que abrisse, começou a abrir só que a minha bebê já estava parando os movimentos e os batimentos cardíacos. E aí quando eles colocaram essa ocitocina na minha veia, foi onde eu tive um parto, que ela disse que foi um parto tudo sob controle, em aproximadamente 15 minutos.”
A ocitocina, que foi utilizada no parto de Patrícia, é um hormônio presente tanto no corpo do homem e quanto no da mulher e é comum, segundo os médicos, ser usado como medicamento para provocar as contrações e induzir ao parto. Após a medicação, Hadassa nasceu sem sinal de vida, mas os médicos conseguiram reanimá-la e a bebê ficou internada na UTI. Foram 16 dias de esperança e angustia. Mas, mesmo com o acompanhamento intensivo dos médicos, a criança não resistiu e morreu.
Os pais então decidiram procurar a polícia. Um inquérito já foi aberto pra investigar a conduta da médica e da equipe que fez o parto. “Vai ser apurado e ouvir as razões do pessoal do hospital, mas a principio, no nosso ver caracteriza como uma negligência e tipificado por homicídio culposo”, explica o delegado Luiz Cláudio Massa.
A direção da Maternidade Santa Isabel também abriu sindicância para apurar se houve falha médica. “A gente vai encaminhar todo este processo pra nossa comissão de ética, que é uma comissão de ética independente do hospital. Essa comissão de ética, ela responde ao Conselho Regional de Medicina, que vai apurar se houve algum tipo de falha, ou erro da profissional ou não”, esclarece o diretor técnico da maternidade, Fabiano Milan.
Sobre o pedido de cesariana feito pela paciente, o diretor técnico da maternidade explicou que os médicos têm autonomia pra fazer o que for preciso pra salvar o bebê. “O médico ele tem total autonomia para fazer a indicação que ele achar que é melhor para aquela paciente. O protocolo ele serve como uma base, mas a autonomia do profissional perante a uma situação específica, ele pode tomar a decisão que ele quiser.” Fonte G1