Polícia Militar conclui inquérito que apura mortes de ex-judoca e sargento em Bauru

A Polícia Militar concluiu o inquérito militar sobre as mortes dos policiais militares Mário Sabino Júnior, que era ex-judoca olímpico, e Agnaldo Rodrigues.

Os dois morreram baleados no dia 25 de outubro em uma rua do Jardim Niceia em Bauru (SP). Segundo a investigação, há indícios de que houve troca de tiros entre os policiais.

O documento foi encaminhado para o Tribunal de Justiça Militar e, segundo a assessoria de imprensa da Polícia Militar, os laudos, depoimentos e relatórios do inquérito são de caráter sigiloso, conforme previsto no artigo 16 do Código de Processo Penal Militar.

Informou ainda que qualquer denúncia de envolvidos no caso é de competência do Ministério Público. Além dos policiais militares mortos, a cabo da PM Aguida Barbosa, mulher de Agnaldo, também estava no local, mas não se feriu. Foi realizado exame residuográfico na policial que constatou que ela não atirou.

Aguida também prestou depoimento como a única testemunha dos fatos. O caso chegou a ser investigado também pela Polícia Civil, mas a Justiça decidiu que por se tratarem de policiais militares na ativa, a investigação era de competência da PM, portanto o inquérito na Polícia Civil foi arquivado.

Ex-judoca e sargento da PM foram encontrados mortos em uma rua do Jardim Niceia, em Bauru — Foto: Romeu Neto/TV TEM

Ex-judoca e sargento da PM foram encontrados mortos em uma rua do Jardim Niceia, em Bauru — Foto: Romeu Neto/TV TEM

ENTENDA O CASO

Os corpos dos dois policiais militares foram encontrados em uma rua do Jardim Niceia na noite do dia 25 de outubro de 2019. Policiais militares que faziam o patrulhamento no local viram três veículos na rua, um deles no meio da via, o que chamou a atenção.

Ao se aproximarem, os policiais viram a cabo Águida Barbosa, mulher do sargento, bastante nervosa e acionando o Samu pelo celular.

O corpo de Agnaldo estava próximo a um dos carros e de Sabino a cerca de 15 metros de distância. A cabo não quis dar a sua versão do que tinha acontecido para os policiais, mas segundo a PM, ela foi ouvida no inquérito instaurado na Justiça Militar.

Laudo diz que mulher de sargento suspeito de matar ex-judoca não atirou durante confrontoLaudo diz que mulher de sargento suspeito de matar ex-judoca não atirou durante confronto

Segundo o promotor João Henrique Ferreira, que acompanha o caso, as armas de Sabino, uma Taurus ponto 40, e do sargento, um revólver calibre 38, foram disparadas.

‘Era nosso herói’, diz prima de ex-judoca olímpico

As armas dos dois policiais e os celulares de Sabino, Águida e Agnaldo foram apreendidos. Segundo o boletim de ocorrência registrado pela PM, a Taurus ponto 40 do ex-judoca estava com 8 munições intactas (a arma comporta até 15 munições) e o revólver do sargento estava com 4 das 5 balas deflagradas.

Sabino era policial militar desde 1999. Ele deixou esposa e quatro filhos. O sargento Agnaldo trabalhava há 30 anos na Polícia Militar e era casado há 29 anos com a cabo Águida, que está na PM desde 1998. Os dois têm um filho de 22 anos.

DISPUTOU 2 OLIMPÍADAS

Mário Sabino representou o Brasil como atleta em duas edições dos Jogos Olímpicos, em Sydney (2000) e Atenas (2004). Como auxiliar-técnico da Seleção Brasileira de Judô, participou das Olimpíadas de Londres (2012) e do Rio (2016).

Ele integrava a comissão técnica da Seleção Brasileira de Judô e conquistou a medalha de ouro nos Jogos Pan-americanos de 2003, em Santo Domingo, na República Dominicana.

Também tinha uma medalha de bronze no mundial de Osaka, no Japão, em 2003, além de ser bicampeão pan-americano de masters.

Corpo de Mário Sabino, ex-judoca olímpico, foi enterrado em Bauru — Foto: Reprodução/TV TEMCorpo de Mário Sabino, ex-judoca olímpico, foi enterrado em Bauru — Foto: Reprodução/TV TEM