Polícia recebe novos vídeos e ouve testemunhas para apurar se houve disputa de racha em acidente que matou psicóloga

A Polícia Civil recebeu novas imagens de câmeras de segurança nesta terça-feira (4) e está ouvindo testemunhas para analisar se houve disputa de racha no acidente que matou uma psicóloga de 26 anos no sábado (1º), em Assis (SP).

De acordo com a Polícia Civil, Maria Flávia Camoleze estava no banco de passageiros do veículo que bateu em um prédio comercial por volta das 2h30, na Travessa Sorocabana. O motorista do carro, um dentista de 24 anos, foi preso em flagrante depois do acidente, mas liberado após pagar fiança.

Segundo o delegado Marcelo Armstrong, responsável pelo caso, a investigação deve ser concluída até o fim da semana, mas a polícia ainda aguarda laudos que são essenciais para comprovar a dinâmica do acidente.

Nesta terça-feira (4), a prefeitura de Assis repassou à Polícia Civil e ao Ministério Público imagens de cinco câmeras de segurança instaladas em trechos da Avenida Rui Barbosa. As novas imagens, fornecidas pela prefeitura à polícia, não foram cedidas à imprensa para não atrapalhar a investigação.

De acordo com o delegado, além do momento do acidente, os vídeos também capturam o trajeto do carro antes da colisão e, com isso, será possível confirmar se houve disputa de racha ou não.

Em um vídeo que a TV TEM teve acesso no dia do acidente, é possível ver que dois carros brancos trafegavam em alta velocidade na avenida. Ao tentar fazer uma curva, o motorista do veículo onde Maria Flávia estava perde o controle da direção e bate em uma viga do estabelecimento comercial. (Veja acima)

Na sequência, o vídeo mostra que o outro carro faz a curva, contorna a praça e vai embora em alta velocidade.

O delegado informou ainda que já ouviu o motorista do outro veículo que aparece no vídeo, mas que também não pode divulgar o conteúdo do depoimento.

Já o dentista que dirigia o carro envolvido no acidente já teve alta do hospital, mas estava muito abalado para ser interrogado, segundo o advogado dele disse à polícia.

‘Jamais compactuaria com isso’

Em entrevista ao G1, uma amiga da psicóloga Maria Flávia Camoleze disse que o rapaz que dirigia o carro – e foi preso por apresentar sinais de embriaguez – não era amigo da vítima.

Thaís Cristina Zanirato contou que, no dia do acidente, a psicóloga tinha ido a um bar com os amigos e, como a jovem que divide apartamento com ela foi embora mais cedo, Maria Flávia decidiu ir para casa de carona com um conhecido.

“O que eu sei é isso, que ela pegou uma carona, mas não era um amigo dela. Ele não fazia parte do nosso círculo de amizades”, diz.

Thaís afirma que que não reconheceu de quem seria o outro carro que aparece no vídeo. Para ela, a amiga não pegaria carona com o dentista se soubesse da imprudência.

“Ela jamais entraria nesse carro sabendo que era para tirar racha. Eu consigo imaginar o desespero dela dentro desse carro”, diz a amiga.
Maria Flávia Camoleze, de 26 anos, era filha do provedor da Santa Casa de Cândido Mota. Depois do acidente, a prefeitura e o hospital emitiram notas de pesar pela morte da jovem.

Segundo a amiga, que fez faculdade com a vítima, Maria Flávia era muito querida na cidade, não só pela família e amigos, mas também pelos pacientes que atendia há cerca de um ano.

“Eu fico também pensando neles que vão ficar sem a pessoa que eles confidenciavam, que estava ali toda semana. É uma parte da história deles também que vai ficar com um buraco”, lamenta Thaís.

Maria Flávia foi enterrada na manhã de domingo (2) no Cemitério Municipal de Cândido Mota. Já o motorista, que teve ferimentos leves e ficou internado em um hospital de Assis sob escolta da PM, pagou fiança de sete salários mínimos (R$ 7,7 mil) e será investigado em liberdade.  Fonte G1