População de Assis e região pode ficar sem assistência médica
Santa Casa de Assis não renovou com médicos, que trabalham sem contrato desde o dia 1° de março para não deixar a população desassistida
A Santa Casa de Misericórdia de Assis não renovou o contrato com médicos das especialidades vascular, urologia, cirurgia geral, ortopedia, pediatria, anestesista, buco-maxilo, obstetrícia e cardiologia. No mês passado, quatro médicos clínicos receberam notificação extrajudicial informando que o contrato não seria renovado, os médicos de outras especialidades, por sua vez, não foram informados sobre a renovação.
O Consórcio Intermunicipal do Vale do Paranapanema (CIVAP) enviou ofício ao Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp) informando que foi contratado para intermediar as negociações com os médicos, que antes era feita pela prefeitura do município.
Segundo a diretora tesoureira do sindicato, Débora Cristina, cinco novos médicos clínicos foram contratados com uma remuneração superior, porém com uma nova forma de trabalho que consiste em uma carga horária de 18 horas à distância e seis presenciais, limitando drasticamente a qualidade da assistência médica e colocando a saúde da população em risco. Apenas em Assis, são mais de 100 mil habitantes.
O novo método de trabalho causa uma defasagem no atendimento, pois os pacientes deixam de ter o acompanhamento de seu próprio médico, passando a ser assistidos por plantonistas. “Esse tipo de atendimento causa um grande prejuízo, uma vez que quebra a relação médico-paciente, que é extremamente importante no processo de recuperação”, diz o presidente da regional do Sindicato dos Médicos de Assis, Edson Takeyochi Tanno.
A população poderá ficar desassistida a qualquer momento, já que os médicos especialistas não tiveram seus contratos renovados.
Procurados pelo Simesp, a Santa Casa e a prefeitura não se manifestaram. O CIVAP diz que foi contratado apenas pelo acompanhamento da execução do Convênio e que a contratação de profissionais médicos e demais tratativas de cunho administrativo é inteiramente responsabilidade da Santa Casa.
Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp)
Fundado em 1929, o Sindicato defende a atividade médica, a luta pela dignidade no exercício da medicina e o acesso à saúde como direito do cidadão. Aborda temas como planos de saúde, Sistema Único de Saúde (SUS), organizações sociais (OSs) e salário dos médicos, entre outros. Fonte G1