Preço do combustível chega a R$ 6,99 e motoristas fazem fila em postos de Marília

A greve dos caminhoneiros contra a alta do diesel que começou na segunda-feira (21), causa reflexos no Centro-Oeste Paulista para os consumidores dos produtos que são transportados pelas estradas. O setor de combustíveis é um dos principais deles.

Em um posto de combustível na zona oeste de Marília (SP), por exemplo, o litro da gasolina chegou a custar R$6,99 e o do etanol R$4,87 – um aumento de quase 95% – na noite de quarta-feira (23).

Na manhã desta quinta-feira (24), os preços voltaram a baixar. No entanto, ainda estão cerca de 20 centavos acima do normal nos postos da cidade, mas isso não impediu que filas de carros se formassem.

Filas de carros se formaram no início da manhã desta quinta-feira (24) nos postos de gasolina (Foto: Reprodução/TV TEM)

Filas de carros se formaram no início da manhã desta quinta-feira (24) nos postos de gasolina (Foto: Reprodução/TV TEM)

O medo é do desabastecimento e, por isso, os motoristas estão optando por encher o tanque, mesmo com a gasolina a R$4,99 e o etanol a R$2,98.

A AMTU, empresa responsável pelo transporte público de Marília, informou, em nota, que os reservatórios de combustível são capazes de suprir a frota apenas até esta sexta-feira (25).

Também informou que a Emdurb foi notificada sobre a situação e, caso não consiga reabastecer, será preciso suspender o atendimento.

Sobre a questão dos combustíveis, a Prefeitura de Marília informou, por meio da Secretaria Municipal da Saúde, que as unidades do Samu encontram-se abastecidas e rodando normalmente. Os veículos do Samu não precisaram ficar em filas, pois foram priorizados nos postos conveniados ao município.

Em relação à Central de Ambulâncias, a orientação aos motoristas também foi para abastecimento com tanque cheio na manhã desta quinta-feira (24) e assim garantindo a circulação nesta quinta-feira. A nota informa ainda que a secretaria da Saúde busca negociar com lideranças do setor de combustíveis alternativas e priorização dos veículos de emergência, caso a situação persista.

Já com relação à fiscalização do Procon, a prefeitura informou também que o órgão está acompanhando o caso da evolução de preços dos combustíveis em Marília nos 63 postos na cidade.

Estoque

Em Bauru (SP), donos de postos de combustíveis também já estão preocupados com a situação de desabastecimento. Na manhã desta quinta-feira, filas de veículos se formaram nos estabelecimentos e algumas pessoas estavam levando recipientes para “estocar” combustível.

Nesta quarta-feira (23) pela manhã alguns donos de postos foram à principal distribuidora e não conseguiram comprar combustíveis, que já estavam em falta. A previsão é que a partir desta quinta-feira (24) comece a faltar o produto ao consumidor.

Por isso, a prefeitura de Bauru, por precaução, limitou a quantidade de combustível liberado para as viaturas. A administração só liberou o abastecimento total para as viaturas da Secretaria de Saúde e para o Corpo de Bombeiros.

Preços abusivos

Diante das informações de aumento no preço dos combustíveis, o Procon também se manifestou e alerta identificada a prática abusiva, que é prevista no Código de Proteção e Defesa do Consumidor e trata da elevação de preços de produtos e serviços sem justa causa, o consumidor pode denunciar pela internet.

É fundamental que o consumidor anexe à denúncia imagem do cupom fiscal ou, na falta dele, o máximo de informações sobre o estabelecimento nome/bandeira, endereço, data de compra e preços praticados – se possível com fotos.

A partir desses dados será aberto procedimento para a apuração, comprovação e possível punição dos infratores.

Alimentos

Em um frigorífico de Lençóis Paulista, por exemplo, a greve dos caminhoneiros fez a direção suspender a saída de 20 caminhões que levariam ao Porto de Santos produtos para exportação.

Além das exportações, o mercado interno também deverá ser prejudicado pela falta de transporte. Dos 60 veículos do frigorífico que abastecem o interior de São Paulo, 32 ainda não haviam voltado nesta quarta-feira (23) para recarregar.

Consumidor do Centro-Oeste Paulista já sente reflexos da greve de caminhoneiros, frigorífico, Lençóis Paulista (Foto: TV TEM/Reprodução)

Consumidor do Centro-Oeste Paulista já sente reflexos da greve de caminhoneiros, frigorífico, Lençóis Paulista (Foto: TV TEM/Reprodução)

A greve nas estradas fez com que a linha de produção ficasse parada e 650 animais deixaram de ser abatidos.

Se na mesa pode faltar carne, a situação não é diferente em relação aos legumes, verduras e frutas. Na Ceagesp de Bauru, alguns produtos deixaram de ser entregues e os preços dispararam.

Greve dos caminhoneiros faz Ceagesp registrar queda no estoque de alimentos em BauruGreve dos caminhoneiros faz Ceagesp registrar queda no estoque de alimentos em Bauru

As caixas de batata e cebola, por exemplo, tiveram aumento de 100% e foram comercializadas pelo dobro do valor dos últimos dias. O tomate também ficou mais caro e subiu 38%. Confira os valores:

O saco de 22 quilos de tomate passou de R$65 para R$130. Já o saco de 20 quilos de cebola que custava R$70, passou para R$140. E a maior mudança foi no preço da batata: o saco de 50 quilos passou de R$100 para R$250.

Consumidor do Centro-Oeste Paulista já sente reflexos da greve de caminhoneiros, Ceagesp, Bauru (Foto: TV TEM/Reprodução)

Consumidor do Centro-Oeste Paulista já sente reflexos da greve de caminhoneiros, Ceagesp, Bauru (Foto: TV TEM/Reprodução)

Além disso, o estoque de alimentos na Ceagesp já começa a aprensentar problemas. Dos 15 caminhões que abastecem o local, apenas 3 compareceram ao local nesta quinta-feira.

Correspondências atrasadas

A greve dos caminhoneiros também impactou de forma especial as operações dos Correios. Em nota, a empresa informa que, no interior paulista, 27% das correspondências deixaram de ser entregues na terça-feira (22). No país, esse índice foi de 19%.

Por isso, informa a estatal, foram temporariamente suspensas as postagens das encomendas com dia e hora marcados, como Sedex 10. Os Correios ainda aceitam postagem de Sedex e PAC, mas haverá acréscimo de dias no prazo de entrega.