Prefeito de Marília ignora plano do governo de SP e anuncia liberação de atividades da fase 4
O prefeito de Marília (SP), Daniel Alonso disse em coletiva de imprensa nesta sexta-feira (29) que vai liberar atividades na cidade que só estão prevista na fase 4 do plano de retomada da economia do estado de São Paulo.
Segundo o Plano São Paulo, divulgado pelo governador João Doria (PSDB) na última quarta-feira (27), a região de Marília está na fase 2 (cor laranja no mapa), que permite a liberação de alguns setores, além dos essenciais, com restrições.
“Tenho convicção que foi um erro grosseiro de dados na hora de fazer a classificação, pois a região de Marília tem números melhores do que as outras regiões mais próximas à nossa, em todos os critérios. Já pedimos essa revisão e tenho certeza que Marília irá no mínimo para a Fase 3, mas poderia até chegar à Fase 4”, afirmou o chefe do Executivo.
Nesta sexta-feira, o prefeito reforçou esse posicionamento e informou que a cidade tem condições de ficar até mesmo na fase 4 (faixa verde).
“Nós nos baseamos nos próprios critérios da equipe de contingenciamento do governo, são critérios claros, e em todos esses quesitos Marília já aparece na faixa verde, na fase 4”, afirma.
Daniel Alonso destacou ainda que um decreto será publicado nesta sexta-feira, em edição extraordinária do Diário Oficial do município, com as diretrizes que os setores que vão abrir terão que seguir.
“Estão liberados escritório imobiliários, concessionárias, restaurantes, mas com restrições, comércio, shoppings e galerias, com 4 horas de funcionamento, bares com 40% de capacidade, academias com 50% de capacidade”, adiantou o prefeito.
Sobre a fiscalização, Daniel Alonso disse que os índices serão monitorados diariamente.
“A fiscalização será feita pela prefeitura e pela Vigilância Sanitária, vamos monitorar todos os índices diariamente, com autoridades da saúde e científicas e com gestores dos hospitais, que têm assento no comitê. Nosso ponto de partida é a fase 4, mas podemos avançar para a fase 5 ou retroceder, nós não abrimos mão do controle sanitário.
Em nota, o governo paulista afirma que o “Plano São Paulo prevê a retomada consciente da economia em todo o estado, segundo critérios estritamente técnicos”.
O texto diz ainda que a classificação das fases é “heterogênea e regionalizada, com base na disponibilidade de leitos e evolução das taxas de contaminação em cada localidade”.
A nota reforça que “a região de Marília poderá ser reclassificada para fases de menor restrição a partir de 15 de junho, se houver indicadores de saúde estáveis”. Disse também que os descumprimento das medidas será repassado ao Ministério Público para que sejam tomadas as medidas necessárias.
SEM ‘ESTOURO DA BOIADA’
Em Santa Cruz do Rio Pardo, cidade da mesma região da Divisão Regional de de Saúde (DRS) de Marília, e por isso também classificada na Fase 2 segundo o Plano São Paulo, a prefeitura já informou que prepara decreto de flexibilização seguindo as regras definidas pelo governo do estado.
Segundo o prefeito Otacílio Parras, que é médico, apesar de entender que Santa Cruz do Rio Pardo já poderia figurar numa Fase 3, a decisão de seguir na zona laranja do mapa foi excelente. Ele defende uma transição gradativa de uma fase de grande restrição para outra de liberação.
“Acho excelente [ficar na Fase 2], porque é importante nesta fase de transição haver mais restrições, até porque são apenas por duas semanas. Do contrário, poderia haver um ‘estouro de boiada’, com o surgimento de centenas de casos. Assim, teremos condições de fiscalizar e nos disciplinar pra daqui a duas semanas, na reavaliação, já estarmos preparados para a outra fase”, disse Parras.
Em Santa Cruz do Rio Pardo, segundo prefeito, o decreto vai disciplinar a abertura do comércio de rua, de bares e restaurantes, que poderão funcionar, porém com regramento rígido.
“Sei que comerciantes e população têm pressa para voltar à normalidade, mas sair de uma fase de grandes restrições, como a atual, para uma de muita liberalidade, poderá provocar um aumento de mobilidade, com risco de aumento de contaminação. Como médico, defendo uma transição gradativa”, disse o prefeito.
Dentre as regras para esses setores, estará a obrigação de funcionamento com todas as portas e janelas abertas, para garantir ventilação e não haver aglomeração oculta, mas com apenas uma passagem liberada para entrada e saída.
Além disso, cada estabelecimento só poderá receber dois clientes para cada atendente de balcão. Para bares e restaurantes, só poderá haver a venda de comidas e bebidas, mas sem seu consumo no local. O decreto vai estabelecer punições para quem não seguir as regras. Fonte G1