Prefeito de Mococa renuncia e diz não ter se adaptado à vida política

 

O prefeito de Mococa (SP), Wanderley Fernandes Martins Júnior (MDB), renunciou ao cargo na noite desta segunda-feira (1º). A carta de renúncia foi lida pela presidente da Câmara, Elisângela Mazini Mazieiro Breganoli, durante a sessão ordinária.

Martins Júnior ficou no cargo por 1 ano e meio após a nova eleição realizada em abril do ano passado. O vice-prefeito Felipe Niero Naufel (PSDB) vai assumir o cargo.

A Câmara votaria nesta segunda a abertura de uma Comissão Processante para investigar o prefeito com relação a um contrato firmado entre a Prefeitura e o Instituto Nacional de Pesquisa e Gestão em Saúde (Insaúde). O Ministério Público apura suspeita de desvio de dinheiro público.

Carta de renúncia

Na carta de renúncia, o prefeito alegou que renunciou por não ter se adaptado à vida política.

“O que vem causando-me um grande desgaste físico, emocional e familiar”.

Disse ainda que sai de “cabeça eguida, na certeza de, juntamente com nossa equipe, ter feito o melhor em prol dessa querida cidade que aprendi a amar ao proteger, sempre combatendo o bom combate”.

Durante a leitura da carta, houve comemoração de moradores que estavam na Câmara.

Confira a íntegra carta:

Carta de renúncia do prefeito de Mococa, Wanderley Martins Júnior — Foto: Arquivo PessoalCarta de renúncia do prefeito de Mococa, Wanderley Martins Júnior — Foto: Arquivo Pessoal

Eleição há 18 meses

Wanderley Fernandes Martins Júnior, de 43 anos, foi eleito prefeito de Mococa no dia 2 de abril de 2017, com 17.479 votos, o equivalente a 51,80% dos votos válidos. Pós-graduado em direito, ele atuou como delegado da Polícia Civil desde 2009.

Em outubro, o Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) já havia rejeitado o recurso do candidato Cido Espanha e, por conta disso, os 19.412 que ele recebeu na eleição de outubro de 2016 não foram contabilizados.

Bloqueio de bens e suspensão de OS

Em agosto, uma liminar da Justiça bloqueou os bens de Wanderley e outras três pessoas, após a Promotoria de Defesa do Patrimônio Público e Social abrir uma ação de improbidade administrativa.

Segundo o Ministério Público, há indícios de irregularidades no processo de licitação para compra de um programa de computador para ser usado em escolas municipais e na rede de saúde.

Prefeitura de Mococa foi alvo de investigação do MP — Foto: Reprodução/EPTV

Prefeitura de Mococa foi alvo de investigação do MP — Foto: Reprodução/EPTV

Em nota, na época, a prefeitura informou que não foi notificada da decisão. Disse que o prefeito montou uma comissão para apurar eventuais irregularidades e determinou a suspensão dos pagamentos do contrato.

A ação do MP pedia também a cassação do prefeito, a suspensão dos direitos políticos dos réus e a devolução de R$ 700 mil. A abertura do processo de cassação do mandato do prefeito não foi aprovada pela Câmara na ocasião.

Dias depois, uma liminar do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP) determinou a suspensão do contrato de gestão firmado entre a Prefeitura de Mococa (SP) e o Instituto Nacional de Pesquisa e Gestão em Saúde (Insaúde), empresa que cuida da saúde pública da cidade. O Ministério Público apura desvio de dinheiro público. Fonte G1