Prejuízo com fraudes de benefícios do INSS passa de R$ 4 milhões
A quadrilha desarticulada em operação da Polícia Federal nesta segunda-feira (6) fraudou pelo menos 56 benefícios do INSS na região de Marília (SP). O rombo nos cofres públicos passa dos R$ 4 milhões, informou a PF. A quadrilha atuava desde 2003 e quatro homens foram presos durante a ação da Polícia Federal.
O golpe aconteceu em Marília, Lins, Paraguaçu Paulista e Promissão. A operação foi chamada de Sofisma, que significa uma mentira maquiada. De acordo com a polícia, os quatro homens presos são suspeitos de comandar a quadrilha. Na casa deles foram aprendidos carteiras de trabalho rasuradas, cópias de documentos de segurados, livro de registro de empregados e carimbos.
Segundo a polícia, a organização criminosa era dividida em três funções. Dois homens captavam nas ruas pessoas que queriam se aposentar. A documentação destas pessoas era entregue ao gerente de operações da quadrilha que falsificava registros de trabalho na carteira usando o nome de empresas inativas, ele tem conhecimento em contabilidade e conseguia inclusive cadastrar o nome das pessoas no sistema no INSS. A última função era do intermediador. Com uma procuração era ele quem ia até o INSS e dava entrada na aposentadoria das pessoas.
O golpe foi descoberto no final do ano passado pelo INSS e denunciado a Polícia Federal. “Tem uma pesquisa estratégica que chama gerenciamento de riscos, que faz o cruzamento de dados e aponta possíveis desvios. E encontrados esses desvios é feita uma investigação mais criteriosa e foi dessa forma que no ano de 2015 apuramos essas condutas”, explica o gerente executivo do INSS, Jurandir Teixeira de Lemos.
A quadrilha lucrava com o benefício que o segurado recebia. Os três primeiros salários da aposentadoria, o beneficiário tinha que repassar a organização criminosa como forma de pagamento pelo serviço.
A polícia agora vai investigar a participação de funcionários do INSS no golpe e se os segurados faziam parte do esquema ou se são vítimas do crime. “Em uma só agência, 75% dos benefícios o nome do procurador não foi vinculado aos benefícios e isso é um protocolo padrão, é um serviço que o funcionário tem que fazer”, destaca a delegada da Polícia Federal, Márcia Souza.
Os presos foram levados a penitenciária de Marília, se condenados vão responder pelos crimes de organização criminosa, estelionato previdenciário, falsidade documental e inserções de dados falsos. Fonte G1