Produtor usa sistema de biodigestor e economiza quase R$ 15 mil por mês

Muita gente investe em lavouras sem mesmo ter um pedaço de terra. É o que acontece, por exemplo, com os participantes de um projeto desenvolvido em Botucatu (SP), chamado de Comunidade que Sustenta a Agricultura. O patrocínio é dado por 350 famílias de diversas cidades da região e até da capital do estado.

O agricultor Marcelo Veríssimo da Costa explica que as famílias pagam um valor mensal para receber os produtos. São 10 hectares de verduras e legumes orgânicos com certificação dos órgãos nacionais.

Ao longo dos anos, os trabalhadores rurais conseguiram resgatar a área e torná-la sustentável. Marcelo conta que eles ajudam a preservar os recursos hídricos. Não há uso de agrotóxicos e o cultivo leva em conta a harmonia com a floresta.

A sustentabilidade ajuda o meio ambiente e o bolso dos produtores rurais. A fazenda de Manoel Cardoso, em Tupã, tem 55 hectares, sendo 50 ocupados com pastagens e lavouras de milho e sorgo. Seriam necessárias 5 toneladas de fertilizantes por ano para adubar toda a área. Só que o uso de biofertilizantes torna desnecessária a aplicação de adubos tradicionais.
Produtor usa sistema de biodigestor e economiza quase R$ 15 mil por mês
Produtor usa sistema de biodigestor e economiza quase R$ 15 mil por mês
Nosso Campo – TV TEM

A estratégia gerou economia e permitiu que a produtividade fosse dobrada. Há 3 anos, o produtor investiu R$325 mil em um biodigestor e nos sistemas de distribuição de energia e irrigação de biofertilizantes. A matéria-prima para alimentar o sistema vem dos galpões onde são criados 5 mil suínos.

Manoel diz que optou por produzir eletricidade com gás metano para diminuir os custos da fazenda. O produtor gasta, em média, R$800,00 de energia para manter a relação com a distruibuidora e para descansar o maquinário. O restante é produzido pelo biodigestor.

Fezes e dejetos dos suínos caem no equipamento. Com a fermentação, há produção de gás, que é transformado em energia para abastecer toda a propriedade. A eletricidade é usada no matadouro, na fábrica de ração, nas casas, implementos agrícolas elétricos e na bomba que joga biofertilizantes para irrigar as lavouras e pastagens.

Mesmo com tantas atividades, o sítio usa apenas metade da energia produzida. A economia chega a quase R$15 mil/mês. A água sai tratada do biodigestor e é armazenada em um tanque. De lá, vai para a irrigação das lavouras.