Professores estaduais decretam greve ‘presencial’ e mantém aulas remotas
Reunidos em assembleia virtual, convocada pela Apeoesp e realizada na sexta-feira, dia 5 de fevereiro, os professores da rede estadual decidiram por greve de aulas presenciais em todo o estado de São Paulo, por tempo indeterminado, a partir desta segunda-feira, dia 8 de fevereiro. No entanto, a maioria concordou em continuar ministrando aulas de maneira remota, sem a presença dos alunos nas escolas. Os professores só aceitam o retorno às aulas presenciais após serem vacinados, juntamente com os demais trabalhadores da educação.
“Decidimos pela greve por causa da insistência do governo paulista na retomada das aulas presenciais num momento de crescimento vertiginoso do contágio pela Covid. É um total desrespeito, não só às professoras e professores da rede oficial de ensino do estado, mas também aos estudantes, demais funcionários das escolas, às famílias dos profissionais e dos estudantes, à comunidade escolar e à toda a sociedade. Enfim, um total desrespeito às determinações sanitárias, científicas e à vida”, disse o coordenador regional da Apeoesp, professor Nilson Silva, que pretende colocar um carro de som percorrendo as ruas da cidade orientando os pais a não mandarem seus filhos à escola.
Segundo a direção da Apeoesp, com o retorno dos profissionais em algumas cidades, “mesmo sem alunos ainda, 75 trabalhadoras e trabalhadores contraíram a Covid, imagine quando todos os agentes estiverem presentes”, denuncia.
As informações que chegam à Apeoesp são constantes sobre a falta dos protocolos necessários para haver aula presencial, principalmente neste momento que uma segunda onda do coronavírus vem causando mais de mil mortes diariamente em média. No país, já temos quase 230 mil óbitos e no estado já ultrapassamos os 50 mil, esse número é mais alto do que os óbitos de vários países.
“A greve é em defesa da vida de todas as pessoas. Fazemos esta greve não por reivindicação salarial. Queremos retornar às aulas presenciais, mas em condições de preservação da saúde. Lutamos por mais recursos para a educação pública e pela vacinação de toda a população e a inclusão dos profissionais da educação no grupo prioritário e com segurança sanitária. Para voltarmos às aulas presenciais, ao menos 70% das pessoas devem estar vacinadas, como indicam os cientistas”, finalizou Silva. Fonte: Jornal da Segunda