Projeto formado por bailarinos de baixa renda é selecionado para Festival de Dança de Joinville

Projeto de Echaporã formado por bailarinos de baixa renda
é selecionado para se apresentar no maior festival de
dança do mundo — Foto: Projeto Jovem
Voz do Corpo/Arquivo pessoal

“Para a nossa surpresa as sete coreografias que mandamos foram contempladas para se apresentarem. É o sonho de todo bailarino competir no palco de Joinville. Isso é muito importante porque é nesse festival que eles têm oportunidade de fazer os cursos e conhecer os profissionais.”, comemora.

Assim que soube da aprovação no festival, o coreógrafo relata que a sensação foi semelhante a de dever cumprido. Desde sua formação, Valcir revela que sonhava com o reconhecimento do trabalho feito com a população de baixa renda na cidade.

O grupo pretende ficar sete dias em Joinville. Segundo Valcir, os jovens ensaiam todos os dias, de duas a três horas, com a expectativa de surpreender o público.

Bailarinos do projeto social de Echaporã são selecionados
para o Festival de Dança de Joinville —
Foto: Projeto Jovem Voz do Corpo/Arquivo pessoal

Um dos bailarinos mirins que integra a companhia do projeto é o Luís Gustavo Favaretto, de 16 anos. Ao g1, o adolescente afirmou que a iniciativa o ajudou a realizar o sonho de dançar, mesmo sem recursos financeiros.

“O projeto me ajuda a viajar para dançar. Quando se fala em balé, tem um preconceito muito grande em volta e se eu parasse de dançar eu não teria conquistado nem um terço do que já conquistei.”, celebra.

Outra aluna que se destaca no projeto é a Valentina Leite, de 10 anos, que começou a dançar com 1 ano de idade. “Por conta do projeto eu conheci várias pessoas e lugares diferentes, e foi muito bom para meu desenvolvimento corporal.”, comenta.

Contudo, o alto custo da viagem pode ser um empecilho. Dessa forma, pedem a colaboração da população para arrecadar em torno de R$ 20 mil, valor que deve cobrir a alimentação e a hospedagem dos jovens, já que o transporte foi fornecido pela prefeitura.

De acordo com Valcir, a iniciativa, denominada Projeto Jovem Voz do Corpo, é mantido pela prefeitura, de modo que, há 11 anos, fornece aulas gratuitas a crianças e adolescentes. Hoje, são 150 bailarinos mirins que têm aulas de jazz, o balé clássico e o estilo livre.

O projeto oferece aos mais dedicados a oportunidade de integrar a Companhia Jovem na cidade, após uma audição. Neste ano, a companhia do projeto se inscreveu para participar do Festival de Joinville com o envio de vídeos das coreografias para a seleção.

O palco da Feira da Sapatilha é conhecido como Festival da Sapatilha, nova modalidade apresentada aos bailarinos e coreógrafos neste ano. Nele, as coreografias sobem ao palco, localizado no Expocentro Edmundo Dobrawa, e são divididas em duas categorias:

Os trabalhos são avaliados por gênero, mas sem distinção de subgênero. Dessa forma, conjuntos, duos e solos concorrerão entre si pela premiação diária que o evento oferece. Para definir os ganhadores, uma banca de júri diversificada irá avaliar todos os gêneros.