Quem será o próximo bispo?
Ainda não há sequer a cogitação do nome de um bispo para ocupar a lacuna deixada pelo Bispo Diocesano de Assis, dom Benedito Simão, que morreu na madrugada de sexta-feira, 27 de novembro, na UTI da Santa Casa de Misericórdia de Marília, e está sendo velado na Catedral, com sepultamento programado para as 17 horas deste sábado, 28.
O cargo será preenchido por um bispo escolhido pelo Papa Francisco, na Santa Sé, de acordo com indicações de presbíteros de todo o Brasil.
Em coletiva de imprensa ocorrida na tarde de ontem, 27, no antigo Seminário São José, o padre Juninho, um dos oito integrantes do Conselho de Consultores da Diocese de Assis explicou que em oito dias é obrigatório escolher um padre para ser Administrador Diocesano, enquanto não se decide quem será o próximo bispo, já que trata-se de um processo mais demorado.
Algum membro do presbitério de Assis poderá ser eleito para dirigir a Diocese nesse período de Sé Vacante, ou Sede Vacante (termo que provêm do latim e significa trono vazio).
Caso isso não seja possível, o arcebispo pode fazer uma indicação pessoal, ou a Nunciatura Apostólica pode determinar algum bispo da província para que governe nesse período de vacância.
Assis conta com 14 padres, e a Diocese toda tem 44, incluindo religiosos. A maioria está presente na despedida do grande líder da Igreja Católica de Assis e região.
VELÓRIO
Na chegada do caixão à Catedral, a primeira missa foi celebrada pelo bispo da diocese de Catanduva, Dom Otacílio Luziano da Silva, numa acolhida do corpo. A igreja estava lotada e assim permaneceu.
O velório adentrou a noite toda e madrugada, com missas e celebrações litúrgicas. A expectativa é de lotação e homenagens até o horário do sepultamento na cripta, localizada no velório da Catedral.
É previsto que o cardeal de São Paulo, Dom Odilo Pedro Scherer faça a missa exequial e condução do corpo à cripta
BUROCRACIA DA DOAÇÃO DE ORGÃOS
A demora em liberar o corpo foi devido a dom Benedito Simão ser doador de órgãos. Ele deixou documento registrado em cartório, atestando que, numa eventual morte cerebral, queria que seus órgãos fosses doados para que outros pudessem continuar a ter vida, já que sempre foi um grande defensor dela.
Segundo conta o padre Juninho, só foi possível a doação das córneas, pois dom Simão sofreu parada cardíaca, e não morte cerebral.
Ainda conforme cita o padre, houve muita burocracia para que a vontade do bispo fosse acatada. “Hoje não bastam documentos assinados por nós, nem cartórios; a família tem de autorizar. Descobrimos que dom Simão tem duas irmãs por parte de pai. Tivemos de ir ao encontro delas, para que mandassem documento autorizando o transplante de órgãos, por isso o tempo de espera”, conta.
A morte foi registrada às 5h33 e o corpo, liberado às 12h30 do hospital para ser transladado a Assis.
CURIOSIDADE
O religioso que preencher a vaga de dom Simão será o sexto Bispo Diocesano de Assis.
Hoje, 28 de novembro, seriam celebrados pela Diocese de Assis os 14 anos da nomeação do bispo, e é o dia em que será sepultado.
Dom Simão idealizou uma cadeira decorativa para ficar atrás do altar na Catedral, para ornamentação. Ela só foi vista por ele no papel e está no local indicado.
É possível que os padres conheçam quem recebeu as córneas do bispo.
No velório, muitos abusos praticados com celulares. Várias pessoas chegaram a fotografar o rosto do bispo, e tiveram de ser advertidos sobre a falta de respeito.
Quando sofreu o AVC e caiu, dom Simão disse: “Estou bem”. Fonte – Abordagem