“Saúde Pública deve ser prioridade”, diz palestrante que esteve em Assis na última sexta-feira
Palestra aconteceu a convite da Secretaria Municipal da Saúde
Durante a tarde da última sexta-feira, 21, a secretaria municipal da Saúde foi sede de uma palestra ministrada por Áquilas Mendes, economista e professor da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (FSP/USP) e da Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP). A apresentação foi voltada a conselheiros municipais e aconteceu no espaço cidadania, reunindo dezenas de pessoas. Durante a manhã, secretários municipais de prefeituras da região também puderam acompanhar a apresentação, realizada na sede do Consórcio Intermunicipal do Vale Paranapanema (CIVAP).
O tema central da apresentação se estabeleceu sobre como atualmente é tratada a saúde pública no país. Áquilas ressaltou a importância dos recursos investidos nesta área, deixando evidente a cada fala que ‘a saúde é um direito de todos, do rico ao pobre’.
Neste sentido, o palestrante trouxe a discussão para os âmbitos municipais, e disse que Assis está fazendo a sua parte na garantia ao cidadão em um atendimento de qualidade. A cidade investe a maior parte de seus recursos na área da saúde. Ainda assim, conforme ressaltado, o município, como todos do país, precisa de uma maior atenção dos governos estadual e federal, no custeio e efetivação do atendimento público em saúde.
“Em tempos de crise em que o Brasil está passando precisamos de responsabilidade para usar melhor e priorizar os gastos em saúde, pois são fundamentais para o futuro desta nação. O nosso debate é para melhorar a reflexão sobre a gestão de recursos e os gastos em saúde, ressaltando essa importância”, disse o professor.
O palestrante disse que é preciso construir junto aos profissionais da saúde e população, uma grande mobilização para cobrar mais repasses das outras esferas de governo, lembrando a responsabilidade que os gestores têm na melhoria da saúde pública do país.
Em Assis, a saúde é tratada como prioridade. Com o investimento da maior parte de seus recursos nesta área (cerca de 30%), a prefeitura implantou no município uma rede de urgência e emergência, extremamente eficiente e que mudou a realidade de atendimento à população de Assis e região.
Dentro desta rede, a Unidade de Pronto Atendimento – UPA, e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgências –SAMU, deveriam receber repasses do governo federal, que contribuiriam com as suas manutenções. Porém, isso não acontece conforme o prometido.
Com isso, a prefeitura de Assis se vê obrigada a custear integralmente a UPA e o SAMU, o que, em tempos onde os recursos públicos são cada vez mais escassos, se torna ainda mais difícil.
Este tema foi amplamente debatido durante o dia. Áquilas Mendes disse que os municípios chegaram ao limite de suas responsabilidades e precisam da ajuda do governo federal. Também lembrou que a cobrança coletiva, com prefeitos, secretários e população em geral, deve acontecer para a transformação da realidade.
“Outro ponto fundamental é a importância da consciência cidadã coletiva, que passa pela defesa daquilo que é nosso: o direito à saúde. Por isso temos o dever da cobrança, temos a consciência do futuro do país, e o futuro do país passa pela qualidade em saúde. O acesso à saúde é um direito de todos e por isso temos que cobrar dos responsáveis”, finalizou o palestrante Áquila Mendes.