Sindicato dos Bancários se preocupa com a possível privatização da Caixa
Representantes da Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores no Ramo Financeiro), a CUT e de diversos sindicatos de servidores públicos se reuniram, na quarta-feira (18), com o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, e com o secretário de Relações de Trabalho do Ministério, José Lopes Feijó, para tratar do PLS 555/2015, que trata do Estatuto das Estatais. A intenção é definir uma agenda conjunta de ações em relação à tramitação da proposta.
O presidente da Contraf-CUT, Roberto von der Osten, informou que o ministro Barbosa acolheu os movimentos sociais e demonstrou interesse em buscar uma interlocução com o Congresso Nacional. “Um projeto da abrangência deste PLS 555 não pode tramitar sob urgência e nem ser aprovado sem ser amplamente discutido com a sociedade. Reduz o papel do Estado e cria condições para uma privatização geral. Será que o povo brasileiro quer isso”, alertou.
A representante dos empregados no Conselho de Administração da Caixa, Maria Rita Serrano, listou alguns dos problemas da proposta, entre eles o vício de iniciativa, já que questões dessa natureza devem ser propostas pelo Executivo; e a transformação de toda empresa pública em Sociedade Anônima, o que na prática abre as portas para a privatização. “Já na próxima semana nos reuniremos com o Ministério e vamos empreender todos os esforços para sensibilizar o presidente do Congresso, Renan Calheiros, a retirar a urgência”, reforçou.
O presidente do Sindicato dos Bancários de Assis, Helio Paiva Matos, não vê com bons olhos essa tramitação e fará de tudo para engrossar qualquer tipo de mobilização contrária a proposta. “Trata-se de uma grande ameaça à Caixa, ao BNDES, à Petrobras, aos Correios e a outras empresas públicas federais, estaduais e municipais. Definitivamente, o PLS 555 não interessa aos brasileiros e ao futuro do seu patrimônio”, afirmou.
Para ele a Caixa é um banco diferenciado dos demais por seu papel social no país e implementação de políticas públicas de Estado, programas sociais e transferência de renda. “Defendemos que a Caixa deve ser 100% pública. Quando um banco deixa de ser 100% público e passa a ter outros sócios da iniciativa privada, a grande pergunta é: o quanto vamos ganhar? Já a Caixa, enquanto empresa 100% pública, se pergunta: que benefício vou levar para a população?”, argumentou.
Ello Assessoria de Imprensa