Unesp de Bauru investiga suposto esquema de fraudes em sistema de cotas raciais
A Universidade Estadual Paulista (Unesp) em Bauru (SP) abriu investigação para apurar suposto esquema de fraudes em sistema de cotas raciais. A suspeita é de que alunos apresentaram documentos falsos para conseguir vaga.
Diversas denúncias foram feitas na reitoria da unidade apontando que estudantes seriam “pretos e pardos” somente no papel. As comissões que vão investigar o caso serão formadas por professores e alunos, e terão o apoio da assessoria jurídica da universidade.
Os grupos serão responsáveis por entrevistar os estudantes denunciados. Caso sejam comprovadas irregularidades, o universitário pode ser expulso da instituição.
“Havia indícios fortes de fraudes na autodeclaração. Nós fomos obrigados a nos debruçar sobre essa situação para saber se de fato existia essa possibilidade”, afirma o presidente da Comissão Permanente de Verificação da Unesp, Juarez Tadeu de Paula Xavier.
A lei de cotas estipula que 50% das vagas em universidades federais e estaduais sejam destinadas a estudantes de escolas públicas. Parte dessas vagas deve ser reservada a alunos negros, pardos e indígenas, de acordo com a realidade de cada região do país.
No caso da cota racial, o critério é autodeclaratório, ou seja: durante o processo seletivo, o aluno não passa por nenhum tipo de avaliação que comprove que ele realmente se enquadra nos requisitos propostos.
O problema é que muitos estudantes que não têm direito ao benefício estão se autodeclarando pretos e pardos para entrar na universidade. Foi justamente por isso que a Unesp resolveu criar comissões pra investigar possíveis fraudes.
“A Unesp tem esse papel de formar cidadãos. Então que cidadão você quer colocar no mundo, um cidadão que já começa a primeira atitude profissional já burlando uma regra, se passando passar por uma pessoa que ele não é?”, indaga Fernanda Henriques, vice-diretora da Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação (Faac).
Movimentos estudantis também vão acompanhar o trabalho realizado pelas comissões na Unesp, como explica Lorenzo Santiago. “É justamente para não deixar impune aqueles que fraudaram o sistema.” Fonte G1