UPA de Marília faz corte e mantém apenas 30% do atendimento

 

A Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Bairro Santa Antonieta, em Marília (SP) fez um corte de 70% na quantidade de pacientes atendidos. A UPA é administrada por uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público, que mantém parceria com os órgãos públicos para gerenciar a unidade. O problema é que desde a inauguração, em maio, a entidade não recebe integralmente os repasses e a dívida chega a R$ 3,3 milhões.

A Secretaria da Saúde de Marília informou que o Ministério da Saúde não arcou com a parte dos custos que caberia a ele e por isso o município está movendo uma ação contra o governo federal. Mas a prefeitura adiantou que está empenhada em solucionar, entre amanhã e quarta-feira, as pendências financeiras com a Oscip.

O Ministério da Saúde informou que a proposta de custeio da UPA 24h de Marília recebeu parecer favorável. A portaria aguarda assinatura de termo aditivo solicitado ao município e será publicada assim que a documentação for recebida e aprovada. A proposta tem o custo de R$ 3 milhões/ano, divididos em 12 parcelas mensais de R$ 250 mil.

Urgência e emergência
Na porta da unidade o aviso já diz aos pacientes que parte dos atendimentos foi suspensa por causa da falta de pagamento. Agora a UPA só recebe casos de urgência e emergência e, até por isso, o movimento na recepção foi bem menor que de costume nesta segunda-feira (21).

Unidade atende apenas emergência (Foto: Reprodução/TV TEM)Unidade atende apenas emergência
(Foto: Reprodução/TV TEM)

O custeio da unidade é de obrigação da prefeitura e a Associação Beneficente do Hospital da Unimar faz a gestão, porém, depende do dinheiro do município pra arcar com o pagamento dos funcionários e também comprar remédios e insumos pra fazer o atendimento dos pacientes.

De acordo com a associação que administra a unidade, desde a inauguração a prefeitura só fez o repasse integral da verba em maio, no primeiro mês de funcionamento. Desde então, todos os pagamentos foram atrasados. “Eles nos passaram dois, três prazos de pagamento, mas nenhuma dessas promessas foi cumprida”, diz o diretor administrativo da UPA Luiz Carlos Doretto.

O contrato mensal é de R$ 1,5 milhão e, neste mês, nenhum centavo foi repassado à unidade, segundo a associação, mesmo depois de várias promessas da prefeitura. O reflexo disso é que apenas metade da folha de pagamento foi acertada para os mais de duzentos funcionários.

Desde abertura, a unidade atende uma média de 11 mil pessoas por mês, mas agora esse número será reduzido em 70%, ou seja, mais de sete mil pessoas deverão procurar outras unidades de saúde no município para conseguir atendimento. Fonte G1