Varíola dos macacos: sem morte relatada, OMS vê risco ‘moderado’ em surto global; veja o que sabe
A Organização Mundial de Saúde (OMS) afirma que mais de mil casos de varíola dos macacos (monkeypox) foram relatados em 29 países fora da África, onde a doença é endêmica. Os dados foram atualizados nesta quarta-feira (8). O Brasil teve o primeiro caso confirmado em São Paulo.
Apesar da preocupação global, a organização ressalta que não houve mortes associadas à doença, além disso não recomendou vacinação em massa e diz que o atual surto pode ser controlado com vigilância e rastreamento de contatos.
Abaixo, em tópicos, veja o essencial sobre a doença:
Sintomas
Os sintomas iniciais costumam ser:
- febre
- dor de cabeça
- dores musculares
- dor nas costas
- gânglios (linfonodos) inchados
- calafrios
- exaustão
Dentro de 1 a 3 dias (às vezes mais) após o aparecimento da febre, o paciente desenvolve uma erupção cutânea, geralmente começando no rosto e se espalhando para outras partes do corpo.
As lesões passam por cinco estágios antes de cair, segundo o Centro de Controle de Doenças (CDC) dos Estados Unidos. A doença geralmente dura de 2 a 4 semanas.
Transmissão da varíola dos macacos
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) e o Centro de Controle de Doenças (CDC) dos Estados Unidos, as principais formas de transmissão são:
- Por contato com o vírus – com um animal, pessoa ou materiais infectados, incluindo através de mordidas e arranhões de animais, manuseio de caça selvagem ou pelo uso de produtos feitos de animais infectados. Ainda não se sabe qual animal mantém o vírus na natureza, embora os roedores africanos sejam suspeitos de desempenhar um papel na transmissão da varíola às pessoas.
- De pessoa para pessoa: pelo contato direto com fluidos corporais como sangue e pus, secreções respiratórias ou feridas de uma pessoa infectada, durante o contato íntimo – inclusive durante o sexo – e ao beijar, abraçar ou tocar partes do corpo com feridas causadas pela doença. Ainda não se sabe se a varíola do macaco pode se espalhar através do sêmen ou fluidos vaginais.
- Por materiais contaminados que tocaram fluidos corporais ou feridas, como roupas ou lençóis;
- Da mãe para o feto através da placenta;
- Da mãe para o bebê durante ou após o parto, pelo contato pele a pele;
- Úlceras, lesões ou feridas na boca também podem ser infecciosas, o que significa que o vírus pode se espalhar pela saliva.
Não está claro se as pessoas que não apresentam sintomas podem espalhar a doença.
Formas de prevenção: Como se proteger?
O uso de máscaras, o distanciamento e a higienização das mãos são formas de evitar o contágio pela varíola dos macacos.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) reforçou a adoção dessas medidas, frisando que elas também servem para proteger contra a Covid-19.
“Tais medidas não farmacológicas, como o distanciamento físico sempre que possível, o uso de máscaras de proteção e a higienização frequente das mãos, têm o condão de proteger o indivíduo e a coletividade não apenas contra a Covid-19, mas também contra outras doenças”, disse a agência.
Vacinação: como saber se estou protegido?
Estudos apontam que a nova vacina contra a varíola humana (smallpox) é cerca de 85% eficaz na prevenção da varíola dos macacos (monkeypox). A varíola humana foi erradicada há mais de 40 anos, apenas grupos específicos foram vacinados recentemente.
A OMS não recomendou a adoção de nova campanha de vacinação.
Qual o risco da varíola dos macacos?
Até o fim de maio, a Organização Mundial da Saúde havia registrado mais de 300 casos confirmados ou suspeitos da varíola do macaco em 23 países onde o vírus não é endêmico. Não houve mortes relatadas.
Segundo o balanço mais recente, os casos chegam agora a mil em 29 países. A OMS afirma que a varíola do macaco traz um “risco moderado” para a saúde pública mundial depois que casos foram relatados em países onde a doença não é endêmica.
“O risco para a saúde pública pode se tornar alto se esse vírus se estabelecer como um patógeno humano e se espalhar para grupos mais propensos a risco de doenças graves, como crianças pequenas e pessoas imunossuprimidas”, disse a OMS. Fonte G1