Vereador de Cândido Mota é apontado como chefe de quadrilha que fraudava notas fiscais
O vereador Adão Manzini, preso em uma operação da Polícia Civil e do Ministério Público nesta terça-feira (7) por fazer parte de esquema de fraude em notas fiscais, foi apontado pelo promotor Marcelo Freire Garcia como o chefe da quadrilha. A irregularidade acontecia no setor de transporte de ambulâncias da prefeitura de Cândido Mota (SP).
“Foram feitas investigações com escuta telefônica em que se comprova que havia um líder na organização criminosa, em que eles combinavam depoimentos e advogados eram pagos de forma unitária por um desses investigados e mais que funcionários ligavam uns para outros para pedirem notas fiscais de despesas inexistentes”, explica o promotor.
O rombo nos cofres públicos é de pelo menos R$ 300 mil. De acordo com a investigação do Ministério Público e da Polícia Civil, as notas fiscais falsas eram usadas pelo grupo pra comprovar gastos que nunca existiram.
Cinco pessoas foram presas, um comerciante de Marília que emitia as notas, uma funcionária do setor de fiscalização da prefeitura e três motoristas de ambulância, entre eles o vereador.
“Motoristas de ambulância da prefeitura de Cândido Mota utilizavam notas falsas para justificar o dinheiro que receberam de adiantamento de viagens. A fiscalização feita pela Secretaria da Fazenda in loco comprovou que a primeira via das notas não correspondia com o que estava na segunda via”, afirma o delegado Antonio José Fernandes Vieira.
Ainda segundo delegado, os suspeitos foram presos temporariamente porque tentaram atrapalhar as investigações escondendo provas. Eles respondem por peculato, falsidade ideológica e associação criminosa. Ainda de acordo com a polícia, outras pessoas envolvidas no esquema estão sendo investigadas.
Antes de serem levados à cadeia, os envolvidos prestaram depoimento à polícia emAssis. Advogados do grupo acompanharam as prisões, mas só quiseram falar da situação do vereador. “O seu Adão sempre frisou que os gastos ocorreram da forma como estão nas notas e agora a defesa vai tomar pé de toda a situação, porque fomos surpreendidos com a prisão e depois para dar maiores esclarecimentos”, ressalta o advogado Fernando Martins Filho.
O promotor afirma que várias provas foram coletadas durante a investigação. “Há provas que comprovam que foram tiradas notas fiscais em dias diversos das datas das viagens realizadas. Há notas fiscais em horários em que o estabelecimento está fechado. Viagens, por exemplo, que começavam a meia noite até às 6 horas e apresentavam notas fiscais como se tivesse tido algum tipo de despesa nesse período.”
A investigação começou há 2 anos, mas segundo a polícia as fraudes aconteciam desde 2013. As investigações apontaram que o grupo desviava pelo menos R$ 10 mil por mês.