VIOLÊNCIA CONTRA OS IDOSOS
O noticiário da semana deu destaque à violência praticada contra idosos na nossa região.
O fato leva a discussão e reflexão sobre o assunto, que além de triste é grave.
Sem dúvida, a violência contra os idosos tem várias facetas. Abandono, roubo, espancamento, humilhação, cárcere privado, violência física e psicológica são alguns exemplos das agressões cometidas. Medo, constrangimento e constantes ameaças são as principais causas que impedem a população idosa de denunciar esses delitos. As agressões ocorrem dentro de casa, de quem, teoricamente, mais se espera amor e proteção.
Para se ter uma idéia desta triste realidade, a cada 10 minutos, um idoso é agredido no Brasil. Em 70% desses casos, o agressor é o próprio filho.
É fato que a expectativa de vida do brasileiro cresceu nos últimos tempos e hoje tem-se cidadãos conscientes e felizes aos 90 anos. Mas, infelizmente, ainda é uma minoria.
É preciso maior cuidado do Poder Público com essa população.
Não se pode negar a existência de serviços e órgãos com o objetivo de proteger essa população, o Estatuto do Idoso, conselhos estaduais e municipais, delegacias de proteção e o Disque Denúncia (181).
Mas sem a participação da sociedade e a consciência de cada um, esse ideal de respeito não se constrói.
Ao final da próxima década, as pessoas maiores de 40 anos serão quase metade da população brasileira. Nossa nação vai envelhecer é se torna necessário redobrar os cuidados com quem passou grande parte da vida prestando serviços e produzindo amor.
Observa-se que no Brasil apesar da existência do conjunto de normas, leis, programas e serviços relacionados à proteção das pessoas idosas as mesmas mostram-se insuficientes para garantir sua exequibilidade.
Sem dúvida, novas políticas públicas e novas atitudes que caracterizem uma necessária mudança cultural precisam se impor para garantir o respeito que a pessoa idosa merece fazendo valer seu direito humano de ser tratada com igualdade, dignidade e respeito.
E talvez seja o momento dos novos Prefeitos eleitos e reeleitos de elegerem como meta de seus governos, a proteção ao idoso, inclusive através de campanhas públicas de conscientização.
Henrique H. Belinotte, advogado do escritório Belinotte & Belinotte advogados
