‘Utopia’ é tema da redação da Fuvest 2016; saiba o que alunos acharam
O tema da redação da segunda fase da Fuvest 2016 realizada neste domingo (10) foi “Utopia”. Além da redação, os candidatos tiveram prova de português.
Segundo alunos que deixaram a prova, o tema pedia que os candidatos escrevessem sobre a importância da utopia e comparassem o mundo que busca a utopia e o que não. O objetivo da redação, ainda de acordo com os candidatos, era debater a utopia na sociedade atual: se ela é benéfica ou inútil.
A prova citava o filósofo Thomas More (1478-1535), autor de “Utopia”, em que o pensador inglês descreve uma sociedade perfeita. “Utopia” se divide em dois livros. No primeiro, More faz uma crítica à realeza, às perseguições religiosas e à justiça cega da Inglaterra. No segundo, apresenta uma sociedade alternativa a tudo isso. Trecho de “A República”, de Platão, que inspirou More, também é citado na prova.
Alunos ouvidos pelo G1 não consideraram a redação nem “difícil”, nem “fácil”. Houve aqueles que adoraram o tema e os que não gostaram. Em geral, a maioria considerou a prova de português “fácil”, principalmente para quem leu todos os livros indicados.
Letícia Carvalho, de 20 anos, está tentando a Fuvest para Matemática. Ela considerou a redação difícil. “Foi um tema muito abrangente. Acabei escrevendo sobre a dificuldade de se aplicar uma utopia na nossa sociedade e quão perigoso pode ser isso para um povo”, explicou. É a segunda vez que ela presta vestibular.
Carlos André, de 36 anos, quer ser professor de história. Chegou a cursar administração, mas largou o curso. “Adorei o tema da redação”, saiu animado da prova, mas com um pouco de dor de cabeça.
“Olha, defendi que a utopia não é nociva, que é proveitosa. Que não podemos ficar sem essa coisa de querer um mundo melhor. Vale lembrar que é sempre levando para a ideia do coletivo. Não podemos quero algo só pro nosso ‘mundinho'”, explicou.
Ele leu todos os livros e disse que garante “uma notinha 7”. Já a parte do português, lembrou de duas questões em que os candidatos precisavam achar os erros gramaticais. “Mesmo assim, foi tranquilo”, disse.
Felipe Kallas, de 15 anos, de São Paulo, quer estudar economia e é “treineiro” – está fazendo o vestibular para teste. Para ele, o “tema da redação foi surpreendente”.
Também de acordo com Kallas, a prova de português estava “menos cabulosa”, mas as questões de literatura estavam muito ligadas aos livros exigidos.
Carla Xavier, de 25 anos, quer estudar física. “Gostei muito do tema da redação”, contou. Já a parte de literatura e português, segundo Xavier, foi muito balizada nos livros exigidos. “Acho que cinco perguntas eram só sobre os livros”, disse.
Provas da 2ª fase
Domingo (10): prova de português e redação
Segunda-feira (11): prova de história, geografia, matemática, física, química, biologia e inglês
Terça-feira (12): prova de acordo com a carreira escolhida
Esquema da segunda fase
A prova de português teve dez questões. Já as provas de segunda-feira terão 16 questões dissertativas de história, geografia, matemática, física, química, biologia e inglês.
E no terceiro e último dia, serão 12 questões dissertativas, que abordam conteúdos de acordo com a carreira escolhida pelo candidato. A avaliação pode cobrar temas de duas ou três disciplinas.
A primeira chamada dos aprovados no vestibular será divulgada em 2 de fevereiro de 2016.
Notas de corte
A nota de corte do vestibular 2016 da Fuvest aumentou em 47 das 111 carreiras oferecidas na Universidade de São Paulo (USP). A variação para cima aconteceu em 42,3% do total. A Fuvest 2016 tem 51 carreiras em que houve queda na nota de corte, o equivalente a 45,9% de todas as carreiras. Nas outras 13 carreiras, não houve variação.
A carreira que mais viu a nota de corte crescer foi a de pedagogia em Ribeirão Preto, que subiu de 27 pontos, na Fuvest 2015, para 43 pontos na edição atual.
Outras quatro carreiras tiveram um aumento de mais de 10 pontos: engenharia de biossistemas em Pirassununga (de 27 para 41 pontos), gerontologia na USP Leste (de 27 para 40 pontos), gestão ambiental na USP Leste (de 27 para 39 pontos) e licenciatura em geociências e educação ambiental (de 27 para 38 pontos).
A maior delas foi do curso de medicina – o candidato necessita ter atingido 73 pontos para prosseguir no processo seletivo. No ano passado, a nota de corte para a carreira foi de 72 pontos.
A prova da primeira fase foi aplicada no dia 29 de novembro e teve 90 questões de múltipla escolha sobre conteúdos das matérias do currículo do ensino médio: português, história, geografia, matemática, física, química, biologia e inglês. Fonte G1